Mais de Mim ...

sábado, 15 de novembro de 2014

Alma



Alma que deságua
E sente
De repente
Lentamente
Latente...
Triste alma que ama
E clama
Por verdade
Dignidade
Honestidade
Para tranquila 
Pousar sobre o ser 
Infeliz ser
Daquele 
Em quem decidiu viver...

sábado, 20 de setembro de 2014

Legado



Lembrando de pessoas boas que se foram cedo demais (pelo menos na concepção de nós que acabamos ficando), um turbilhão de pensamentos passou por minha mente. Quando eu estava ainda na pré-escola, tinha um "coleguinha" que se foi, vítima de tétano, ele deveria ter apenas 5 ou 6 anos. Esses dias vi uma publicação aqui no facebook de uma tia sofrendo por perder o sobrinho de 3 anos, realmente triste. Vi muita gente na flor da vida partindo, desde entes queridos a famosos, de inúmeras formas. Mas nós estamos aqui. Bem ou mal estamos aqui, prosseguindo nos trilhos incompreensíveis e imprevisíveis da existência. Já parou pra pensar que a vida é apenas um sopro? Passamos muito rápido por este lugar ao qual chamamos Terra. Vivemos tão pouco e corremos tanto atrás de coisas fúteis, por vezes deixando de lado o essencial - a troca de material humano, a contemplação da natureza, o amor, os sabores, os sons ... Em que você tem dedicado a sua existência? Sabe, diplomas, reconhecimento, sucesso são importantes sim, porém nada disso preenche a alma. Um dia todos vamos fechar os olhos para essa existência e o que teremos deixado nesta nossa breve passagem por esta estrada? Qual será o meu legado? Qual será o seu legado? Pense nisso.

sábado, 5 de julho de 2014

Respeito aos mortos - Só aos mortos?



Todos os dias quando vou trabalhar passo em frente a um cemitério e já havia notado que o muro tem algumas pichações. Está escrito algo do tipo: "Aqui termina tudo" e "A morte é uma passagem incompreensível, mas e a vida?" Pra ser bem sincero eu até acho simpáticas as frases ali escritas.Hoje me veio um pensamento à mente quando eu li novamente, um pensamento involuntário, talvez motivado por uma destas convenções sociais que nos são impostas dia após dia. O pensamento foi o seguinte: "Os mortos merecem respeito!" Ora, quem nunca ouviu isto. Concordei com meu pensamento quase que imediatamente, porém me veio uma inquietação, um novo pensamento: "Os vivos também merecem respeito, oras bolas!" E terminei minha viagem de volta à casa pensando nisto... Nós os vivos merecemos respeito e, infelizmente somos desrespeitados momento após momento. Somos desrespeitados pelo Estado, que não nos assegura de termos validados os nossos direitos básicos de saúde, segurança, bem estar, educação, etc, etc, etc... Desrespeitados pela falta de bom senso dos governantes. Desrespeitados pelas grandes organizações que detém o poder de cobrar valores altíssimos por água, energia elétrica, alimentos... E pior, desrespeitados por nós mesmos, os seres humanos, que nos apegamos a nossas opiniões mesquinhas e nos achamos no direito de julgar os outros por suas escolhas, condições sociais; pela forma de falar, de andar, de vestir; até pela forma de amar, pasme! Pobres seres humanos, ai de nós ...
Ser humano que fere, rouba e mata. Destrói com palavras e atos. Engana, dissimula, condena o outro. Pensando, cheguei à conclusão que talvez o maior desrespeito seja não se permitir enxergar os próprios erros e tentar evoluir ...
Graças ao bom Jesus que muitos, mesmo em meio a esse mundo louco que presa o respeito aos mortos e esquece de respeitar os que estão aqui vivinhos da silva, ainda procuram melhorar a cada dia. Que o fruto destes germine sobre a terra, e que um dia o respeito possa deixar de ser apenas uma palavra bonita e "démodé".

Forte abraço.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

História dos sentimentos




De Lya Luft, publicada no livro "Pensar é Transgredir".

A base desta historinha, que adaptei, me mandou Martha Herzberg, terapeuta fantástica e amada amiga. Segundo ela o autor é anônimo, mas desconfio de que foi dela essa deliciosa ideia.

Os sentimentos moravam em uma ilha e num dia inteiramente comum todos eles estavam reunidos fazendo coisas inteiramente comuns. Reuniram-se para brincar e depois que o tédio bocejou várias vezes porque a indecisão não conseguia decidir nada e a desconfiança estava desconfiada demais para ajudá-la a tomar qualquer decisão. A loucura sugeriu que eles brincassem de esconde-esconde. A curiosidade quis saber todos os minuciosos detalhes da brincadeira e a intriga começou a cochichar com os outros que com certeza alguém ali pretendia trapacear. 

O entusiasmo saltou de alegria e convenceu a dúvida e a apatia, que ainda sentadas em um canto pensavam. A verdade achou que essa brincadeira de esconder não estava com nada, a arrogância fez cara de desdém, pois a ideia não havia sido dela. O medo preferiu não se arriscar e como já esperado perdeu a oportunidade de ser feliz. 


A primeira a se esconder foi a preguiça, deixando-se cair num canto atrás de um arbusto, que estava próximo. O otimismo escondeu-se no arco-íris, e a inveja se escondeu junto com a hipocrisia que sorrindo falsamente atrás de uma pedra estava odiando tudo aquilo. 

A generosidade quase  não conseguia se esconder porque era grande demais e ainda queria abrigar todo mundo em seu esconderijo, já a culpa ficou paralisada, pois já estava escondida em si mesma. A sensualidade se estendeu ao sol em um lugar bonito e secreto para poder saborear o que a vida lhe oferecia. O egoísmo achou um esconderijo perfeito, onde não cabia mais ninguém exceto ele. 

A mentira disse para a inocência que ia se esconder no fundo do oceano, onde a inocente acabou afogada, já a paixão se enfiou dentro de um vulcão e o esquecimento já não sabia mais o que eles estavam fazendo ali. 

Depois de contar até cem a loucura começou a procurar. Achou um depois o outro, mas ao remexer em um arbusto ouviu um gemido, era o amor, que estava com os olhos furados pelos espinhos. 

A loucura tomou o amor em seus braços e seguiu com ele, espalhando beleza pelo mundo. Desde então o amor é cego e a loucura o acompanha. 

Juntos eles fazem a vida valer a pena, mas isso não é uma coisa para medrosos nem para os apáticos, que perdem a felicidade no ermo dos preconceitos, aonde gritam a acomodação e o pânico.

domingo, 4 de maio de 2014

Maldade



A maldade caminha pelo mundo procurando dominar o coração do homem e muitos se permitem contaminarem-se por ela. Nem sempre ela se apresenta algoz, por vezes vem em forma de festa, sorrisos e gente de boa aparência, boa retórica. Ora, o próprio diabo se tornou em anjo de luz para se apresentar perante o Cristo no deserto. Diariamente, no aconchego de nossos "lares" cercados por muros e portões trancafiados a sete chaves, recebemos notícias de cenas cruéis ocorridas com nossos semelhantes, desde disputas materiais a histórias passionais que levam à morte, pincelada deveras vezes com requintes de crueldade. A ganancia mata, o ódio mata, a inveja mata, a obsessão mata, o ser humano mata, e morre ... Muitas vezes sem ao menos entender como foi parar dentro desse tabuleiro de horror que se torna a experiência humana. Hoje o homem consegue domar leões, programar grandes máquinas, criar métodos de excelência para o sucesso de grandes empreendimentos, mas falha incontáveis vezes ao travar sua maior luta: a luta consigo mesmo, com seus sentimentos que incendeiam a alma, cegando, ensurdecendo, atando-lhes as mãos e os pés para os frutos maduros e saudáveis da "razão". Como fumaça que se propaga pelo ar, como um gás letal, a maldade vai se instalando no mundo. Um certo homem já dissera tempos atrás: "O amor de muitos esfriará." Triste constatação ver esta profecia se cumprindo em nossos dias. Rogo que em mim e naqueles que amo, se cumpram as seguintes palavras: "Mil cairão ao teu lado e dez mil à tua direita, porém tu não serás atingido." Que não sejamos atingidos pela maldade e por sua maior característica: a falta de amor.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Lápis de cor



Tem dia que é verde,
Tem dia que é azul,
Tem dia que é cinza
E tem dia que não tem cor ...
Mas existem os dias multicoloridos
E os dias florescentes ...
Assim é a vida ...
Abra sua caixa de lápis de cor
E pinte sua existência !

segunda-feira, 24 de março de 2014

Divagando



Mundo louco
Mundo colorido
Azul e verde
Multi-efervescente...
Plantas nascem
Crianças crescem
Adultos correm
E morrem.
Gente que sorri
Inocentes que choram
Sementes brotam...
Sentimentos lúcidos, translúcidos...
Vento, tempo, eu tento...

sábado, 22 de março de 2014

Um brinde ao amor ...



Aí você está andando pelo mundo sentindo o peso da carência e da solidão, esta que insiste em acompanhar a alma aflita, mesmo em meio a uma multidão de pessoas e, de repente depara-se com um olhar desconhecido, e este lhe encara parecendo conhecer o mais profundo dos seus pensamentos, o mais íntimo do seu coração. De alguma forma, quando veem, já estão a conversar. 

Segue-se a isso um turbilhão de informações jogadas sobre a mesa, sobre as mãos do outro: nomes, signos, profissões, sonhos, medos, desilusões, telefones, e-mails, etc, etc, etc.

Os dias se passam e com eles ligações, mensagens de texto, músicas. 

Vem um novo encontro, beijos apaixonados. Palavras grandes como "onde você estava que não tinha aparecido na minha vida até agora?" ou "Eu estava esperando por você, que bom que você veio pra mim". 

A paixão lança-se frenética. Cheiros misturam-se a gostos. Vontade gritando na alma, na pele, no peito. Sorrisos lançados ao olhar bobo do outro. Toque. Vibração.

E assim a paixão vai dando espaço ao amor. Dois se tornam um ... Se perdem, se ganham. 

Que o amor possa reger as nossas vidas a cada dia, cada momento, cada segundo. 

Um brinde ao amor ...

sábado, 15 de março de 2014

Experiência



Experiência. As pessoas caminham por entre a vida ávidas por experiências. De todos os tipos. Incontáveis emoções. Uma música que toque a alma. Um filme que traga novo sentido à razão de existir. Um olhar que toque a alma. Um amor que faça estremecer o coração.

Não obstante, o ser humano encuba-se em seus medos, devaneios, desesperanças. Parece não acreditar em si, em seu potencial. Muitas vezes ao deparar-se com as barreiras, cede. Prostra-se letárgico perante o vislumbre da derrota e esquece a criança que um dia viveu a encarar o novo como um caminho a ser desbravado. Diante de novas oportunidades de ser feliz, tal qual o leão covarde de “O Mágico de Oz”, enche-se do sentimento da frustração antes mesmo de tentar.

Dia desses ouvi de uma pessoa especial: “O mais difícil você já fez, que é andar.” Parei pra pensar. E não é que é verdade? Quando contava com meus quase um ano de vida, ou perto disso, eu olhei para o chão, levantei-me sobre minhas pernas ainda não treinadas para me obedecer os comandos e decidi tentar. Devo ter caído inúmeras vezes até que consegui ficar firme dando um passo de cada vez e arrancando sorrisos dos adultos que ali se faziam presentes.

Joseph Campbell, em entrevista a Bill Moyers, registrada no livro “O Poder do Mito”, pela editora Palas Athena, no Brasil; diz: “As crianças não são adoráveis porque estão caindo a todo instante e porque têm o corpo pequeno e a cabeça muito grande?” E, realmente são adoráveis, mesmo que certas vezes fiquemos bravos com tanta energia que nos consome. Tenho uma priminha de quase um ano de idade, ela é linda e teimosa. Ariana, ah, os arianos, desde pequenos mostram a que vieram neste mundo. Ela me vê no computador e quer porque quer mexer. Minha avó incentiva e fala: “Vai lá no facebook com o tio!” Outro dia desses ela simplesmente arrancou a tecla de espaço do meu teclado. Jesus! Eu quase morri... E ela me olhando com a cara mais tranquila do mundo, rindo com a tecla na mão.

As vezes sinto que nos falta isso: essa pureza e falta de medo de errar. Erramos e quando o fazemos nos culpamos, só falta nos autoflagelar por causa dos nossos erros. Cedemos à paixão e quebramos a cara e, quando a vida nos apresenta a oportunidade de amar novamente, o medo nos trava. Ao nos depararmos com uma entrevista de emprego, automaticamente nos lembramos de como fomos mal na última tentativa. Minha priminha me ensina que isso é um erro. Mesmo eu brigando e olhando feio toda vez que ela vem para perto do computador, ela não deixa de tentar, e ainda ri.

Experiência, certamente é a única coisa que levaremos dessa vida. Não estamos nesta casca que é o nosso corpo simplesmente para passar por aqui olhando a experiência alheia. Temos que descobrir por nós mesmos o sentido de aqui estar. Porque nos foi dada a dádiva de viver, acordar a cada dia e ter o sol brilhando sobre nossas cabeças, entender porque determinado problema estásobre nossos ombros e como podemos driblá-lo da melhor forma e sair vitoriosos.

No fim, independente do resultado, o certo é que o aprendizado virá.

Vamos nos permitir.


sexta-feira, 7 de março de 2014

Brasil ... 2014 ! Carnaval e Copa do Mundo ! Alguém se lembra das eleições?


Pois é, a política do "Pão e Circo" está em pleno vigor.
Duas medidas tomadas pelas autoridades governamentais no ultimo mês, me fazem ter vergonha de morar neste país: a votação do senado contra a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos (em casos de crimes hediondos e reincidências) e a absolvição dos condenados do famoso mensalão do "crime de quadrilha". Como assim, 40 safados corruptos envolvidos nessa "merda" toda e não é quadrilha? E matar antes de completar 18 anos não seria um crime tão grave quanto o é após completar maioridade?

Anteontem o corpo do jornalista Celso Mazzieri foi encontrado em Sorocaba, interior de São Paulo. A polícia já desvendou o caso, um menor de idade (o qual não pode ter o nome nem a imagem divulgadas, por causa da Vara da Infância e da Juventude), faltando apenas três meses para atingir a maioridade, suposto namorado da vítima; juntou-se a três amigos, planejaram o assassinato e o enforcaram. Visto que são todos menores de idade, veremos mais impunidade. Enquanto isso a mãe do jornalista que tem a saúde fragilizada e morava com ele, que cuidava dela, chora a perda do filho.

Está tudo de ponta cabeça. Nesse país, assassino não é assassino, ladrão não é ladrão. Interessa-se mais pela vida das celebridades do que com as leis que norteiam nosso dia-a-dia. Pesquisas apontam que a população apóia a redução da maioridade penal, mas o Planalto é contra qualquer alteração. Enquanto isso eles fazem um jogo político, pois os interesses do povo não significam nada para essa corja de corrupto e faz-se contagem regressiva para a Copa do Mundo no país do Carnaval. E na hora de votar? Ah, isso é outra história, não é?